sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

UM POUCO MAIS DA H-D

O sucesso da marca se deu porque ela é a encarnação sobre rodas. HARLEY-DAVIDSON representa revolta, liberdade e bandidagem no bom sentido. A esmagadora maioria de seus clientes compra seu produto pelo conceito de rebeldia e liberdade, na forma de uma motocicleta. É a única marca que conseguiu criar um nível de fidelidade tão alto entre seus consumidores que alguns deles chegam a tatuar seu logotipo no braço. Hoje a marca é um ícone americano, uma lenda, objeto de desejo e também símbolo de status. “Harley-Davidson não é uma moto – é um estilo de vida”.

A história
Foi de um simples barracão, com três metros de largura por nove metros de comprimento, e em cuja fachada podia se ler o letreiro “Harley-Davidson Motor Company”, na pacata cidade de Milwaukee, estado americano de Wisconsin, que no dia 28 de abril de 1903 foram produzidas as primeiras três motocicletas da marca. Na verdade uma bicicleta reforçada com motor de 3 HP, batizada com o sobrenome dos seus criadores: o desenhista Bill Harley e o engenheiro Arthur Davidson, dois jovens colegas de universidade que enfrentaram o desafio de colocar um sonho em pé; em pé e rodando; rodando e encantando; encantando e apaixonando. Na verdade, o sonho deles era apenas construir um motocicleta para poder passear; mas se empenharam com tanto amor e comprometimento que mais que realizar um sonho e construir uma moto, eles criaram, de verdade, uma mística. Como o veículo se mostrou bom, eles construíram mais dois exemplares. Dessas três motocicletas, uma foi vendida por US$ 200 diretamente pelos fundadores da empresa para Henry Meyer, um amigo pessoal deles.


Em Chicago, a primeira concessionária nomeada pela marca, C. H. Lang, comercializou outra das três motocicletas fabricadas. No dia 4 de julho, uma moto HD ganha uma corrida de 15 milhas em Chicago. Enquanto isso, na cidade de Milwaukee, o primeiro trabalhador da empresa é contratado em tempo integral. Depois de conseguir um empréstimo bancário, os jovens empreendedores instalaram uma fábrica no centro da cidade. Assim, em 1906, teve início oficialmente a produção de motocicletas apelidadas de Silent Gray Fellow. O nome provinha de Silent (Silenciosa) devido à condução suave que os amortecedores proporcionavam, Gray (cinzenta) pela sua austera pintura e única cor disponível, e Fellow (amiga), que sugeria uma amizade entre o homem e a máquina, pois a motocicleta ganhou reputação de ser uma companheira confiável na estrada. O nome HARLEY-DAVIDSON MOTOR COMPANY foi adotado oficialmente em 17 de setembro de 1907. Foi também neste mesmo ano, sob a presidência de Walter Davidson, irmão de Arthur, que uma motocicleta HD foi inscrita na primeira corrida organizada pela recém-criada Federação Motociclista Americana. A experiência se mostrou um sucesso estrondoso, pois o próprio Walter bateu os oitenta competidores, que representavam pelo menos vinte marcas diferentes.


Em 1909, lançou o lendário motor V-twin, com dois cilindros em “V” e inclinação de 45º. A fabricação desses motores era simples e muitas outras empresas o adotaram. O design foi um sucesso e passou a ser o motor clássico da marca. Cerca de 1.100 unidades da motocicleta HARLEY-DAVIDSON V-8 foram vendidas. Ainda neste ano, a empresa disponibiliza pela primeira vez as peças de reposição para suas motocicletas. A primeira exportação de motocicletas ocorreu em no ano de 1912 para o Japão. Nesta época a empresa já possuía 200 concessionárias espalhadas pelos Estados Unidos. Em 1916, o presidente dos Estados Unidos enviou seu principal general numa HARLEY-DAVIDSON para acabar com as estrepolias de Pancho Villa na fronteira mexicana. Antes de cair nas graças dos estradeiros, a HARLEY-DAVIDSON foi usada como meio de transporte na Primeira Guerra Mundial. Algumas delas eram equipadas com “sidecars” tão sofisticados que possuíam armas automáticas acopladas.


Durante o conflito, a empresa recebeu do exército americano uma encomenda de 20 mil unidades. Nesta época a HARLEY-DAVIDSON já era a maior fabricante de motocicletas do mundo, possuindo concessionárias em 67 países e uma produção superior a 28.000 unidades. Além disso, a equipe de corrida da HARLEY-DAVIDSON, que já era conhecida como “The Wrecking Crew” (“Equipe de Demolição”), se tornou tão dominante nas pistas americanas, daí o nome, que adotou um pequeno porco como sua mascote. Assim que a paz se estabeleceu, a marca voltou às pistas em 1921, e se tornou a primeira equipe a vencer uma prova de velocidade a mais de 100 milhas/hora. Nesta década a empresa introduziu muitas inovações, como por exemplo, em 1925, com o tanque de combustível em forma de gota de lágrima (antes era achatado), conhecido como “Teardrop”, marca registrada da HARLEY-DAVIDSON, além de freio na roda dianteira.


A primeira ameaça foi a crise de 1929. No período da Grande Depressão, as vendas despencaram em 20%, fazendo com que a empresa tivesse que mudar a cor original das motos, o verde oliva, para cores mais atuais, como algumas combinações de duas cores no tanque, ou algumas em sólidas cores art-déco com uma águia pintada, fazendo com que a HARLEY-DAVIDSON se adaptasse melhor ao mercado. Durante a Segunda Guerra Mundial, a empresa forneceu 90 mil motocicletas e sidecars para o exército americano, sendo desenvolvido inclusive um modelo especial para os combates. Quando o conflito acabou, o mercado americano emergiu, depois de anos de retração por causa da guerra, e todos aqueles que haviam lutado se tornaram os principais compradores das HARLEY-DAVIDSON, desejando reviver o espírito da lendária motocicleta como civis. Esses veteranos ajudaram a construir o mito HARLEY-DAVIDSON pilotando suas motos com um forte orgulho americano, que, para alguns, seria a lembrança dos amigos que lutaram com eles lado a lado, mas morreram pela liberdade do país.


Em 1946 foi produzida a WR 750 Flathead que se mostrou uma das melhores motos de competição já construídas. Pouco depois, em 1948, as melhorias nos motores 1000 e 1200, fizeram surgir o lendário “Panhead”, um motor de 74 centímetros cúbicos com válvulas hidráulicas e cabeças de alumínio, que levou a produção a atingir 31.163 unidades. Os anos 50 foram tomados pelo espírito das motocicletas HARLEY-DAVIDSON. Como as máquinas deveriam ser cada vez mais potentes, as motocicletas foram se tornando mais leves, perdendo o pára-lama dianteiro e os acessórios. Os guidões começaram a assumir a forma de forquilha. Um novo modelo, conhecido pelo nome de Chopper, tornou-se muito popular. Nesse momento, as HARLEY-DAVIDSON já eram uma instituição americana, aparecendo em filmes como “The Wild Ones” (O Selvagem), protagonizado por Marlon Brando em sua possante e imperial HD no ano de 1954. Nos anos 60, as marcas japonesas, já reestruturadas, ganharam força em todo o mundo e a HARLEY-DAVIDSON sentiu o golpe da concorrência. A Honda lançou os modelos “leves”, enquanto a Kawasaki e a Yamaha entraram no mercado americano. Paradoxalmente, nesse período, a empresa consolidou sua fama internacional, pegando uma carona nos movimentos alternativos que pregavam liberdade, paz e amor. Elas foram, inclusive, as companheiras de Peter Fonda e Dennis Hopper no clássico filme “Easy Rider” (Sem Destino), onde foi apresentado pela primeira vez o modelo HD CHOOPER.


Vivendo uma decadência, em 1969, a já mítica empresa foi comprada pela American Machine and Foundry (AMF), que investiu US$ 60 milhões no aumento de produção, exclusivamente para enfrentar as motocicletas japonesas. Mas, apesar das vendas aumentarem e do governo americano entrar na briga contra as rivais japonesas, taxando a importação de motos, a empresa não saiu do vermelho. A produção, na década 70, passou de 15.000 para 75.000 unidades ao ano, atingindo um volume muito alto, mas deixando de lado o mais importante: a qualidade de seus produtos. As motos chegavam a sair da fábrica já vazando óleo. Um negociante de Nova York conta que era impossível sair do lado leste de Manhattan para o lado oeste sem um kit de ferramentas. A qualidade ficava cada vez pior, mas sua demanda continuava alta, até o crescimento das empresas japonesas, que foram responsáveis pela tomada de grande parte do mercado americano e mundial. Em 1981, uma nova tentativa de salvar a marca: treze funcionários se uniram para comprar a marca da AMF. Entre eles, estavam William G. Davidson, neto de William Davidson, Vaughn Beals e Richard Teerlink. Para celebrar esse acontecimento eles fizeram uma viagem de moto da cidade de York à Milwaukee, sede da empresa. A frase “The Eagle Soars Alone” (A águia voa sozinha) se torna o grito de guerra para celebrar a aquisição.


O passo seguinte foi convencer o governo a impor cotas ainda mais pesadas de importação para as motos japonesas, o que lhes deu tempo suficiente para se reerguer: adaptaram-se aos métodos de controle de qualidade e produção de seus concorrentes japoneses, reinventaram seu processo de fabricação e melhoraram o produto. As coisas começaram a melhorar em 1983, com um pequeno e tímido aumento nos lucros. O futuro se mostrava cada vez melhor, e em 1984 a empresa teve um lucro de US$ 3.9 milhões. Três elementos foram fundamentais para esse regresso glorioso: o lançamento de uma nova versão do motor V-Twin, batizada de Evolution, e o trabalho realizado por Willie G. Davidson à frente do departamento de projeto e responsável pela nova imagem da HARLEY-DAVIDSON. Em 1982, a participação da marca no mercado americano era de aproximadamente 15%; em 1997 chegou a 49%, quando a empresa teve vendas recordes atingindo 132 mil unidades no mundo.


O uso inteligente da marca permitiu que a empresa ingressasse em novos mercados, comercializando desde roupas, como as tradicionais jaquetas de couro, botas, luvas até desodorantes, perfumes e acessórios com a grife HARLEY-DAVIDSON. Recentemente, com a crise mundial e a queda vertical das vendas, a empresa adotou a estratégia de focar investimento na marca HARLEY-DAVIDSON, encerrando as atividades da marca BUELL e vendendo a italiana MV Augusta. No início de 2011, após uma longa batalha judicial com o antigo distribuidor, a empresa assumiu oficialmente suas operações no Brasil. Dentre as ações a serem realizadas no país, está o plano de nomeação de novas concessionárias da marca, que atendam às necessidades de seus consumidores, oferecendo uma cobertura sólida e de acordo com os padrões mundiais da HARLEY-DAVIDSON.


A linha do tempo
1911
O motor F-HEAD se torna padrão nas motocicletas HD.
1912
Formação do Departamento de Peças e Acessórios.
1913
Formação do Departamento de Competição, sob o controle de Bill Harley.
1914
Os primeiros Sidecars são vendidos pela marca.
A HARLEY-DAVIDSON é um dos primeiros fabricantes de motocicletas a mudar as correias de transmissão de couro para cadeias.
Pedais de freio e embreagem estão disponíveis nos motores F-Head de um e dois cilindros.
1916
Publicação da primeira edição da ENTHUSIAST, a revista oficial da HARLEY-DAVIDSON. Hoje em dia, cada edição tem tiragem superior a 1 milhão de exemplares.
1917
Criação do The Quartermasters School, departamento voltado para treinar mecânicos militares para as motocicletas HD. Mais tarde esse departamento se tornaria a Service School.
Início das vendas das bicicletas HARLEY-DAVIDSON.
1919
Lançamento do modelo SPORT de 37 polegadas cúbicas com cilindros opostos, que ganha uma grande popularidade em outros países. Único não somente pela configuração dos cilindros, que eram retos e opostos, o modelo adquire a reputação de ser estranhamente silencioso.
1922
O primeiro motor em V de 74 polegadas é utilizado nos modelos JD e FD.
1928
O primeiro motor HD de duplo comando é disponibilizado ao público nas motocicletas da série JD. Essa moto era capaz de atingir uma velocidade final de 85 a 100 mph (140 a 160km/h).
1929
O motor bicilíndrico em V de 45 polegadas, que depois passou a ser conhecido como FLATHEAD, foi introduzido no modelo D. Este motor prova ser tão confiável que variações dele são encontradas em motocicletas HD até 1973.
1932
Lançamento dos primeiros triciclos da marca.
1933
Um desenho de uma águia art-deco é pintado em todos os tanques de gasolina. Isso marcou o começo das pinturas nas motocicletas HARLEY-DAVIDSON (com exceção de pinturas por encomenda). A decisão de estilizar as motos foi tomada, em parte, para estimular as baixas vendas, causadas pela depressão americana.
1936
Lançamento do modelo EL, de 61 polegadas, com válvulas sobrepostas. Com maior potência e mudanças audazes de desenho, a motocicleta ganha o apelido de Knucklehead, devido ao formato das tampas dos cabeçotes.
1947
A empresa começa a vender o que se tornaria a clássica jaqueta preta para motocicletas.
1948
Novas características são adicionadas aos motores de 61 e 74 polegadas com válvulas sobrepostas, incluindo cabeçotes de alumínio e lifters de válvula hidráulicos. Também eram novidade as rocker covers, ou tampas dos cabeçotes, cromadas, de uma única peça, com formato de formas de bolo. O apelido PANHEAD (cabeça-de-panela) seria, então, apenas lógico, já que o formato peculiar de seus cabeçotes era semelhante a panelas de ponta cabeça.
1952
Lançamento do modelo K de válvula lateral com motor e transmissão integrados, para competir com modelos menores e esportivos, vindos da Grã-Bretanha. Esse modelo eventualmente evolui para o que agora é a Sportster.
1957
Introdução da SPORTSTER, equipada com um motor de 55 polegadas, com válvulas sobrepostas. Em apenas um ano, fica conhecida como a primeira das Superbikes, que inaugurou uma nova era das motocicletas peso pesado.
1958
Introdução do modelo DUO GLIDE com suspensão e freios traseiros hidráulicos.
1960
Lançamento do TOPPER, primeira scooter produzida pela empresa.
1965
Lançamento do modelo ELECTRA GLIDE, versão do modelo Duo Glide com partida elétrica.
1966
O primeiro dos motores SHOVELHEAD foi introduzido nos modelos Electra-Glide. O motor ganhou esta designação porque seus cabeçotes lembravam o formato de uma pá de carvão.
1971
Introdução do modelo SUPER GLIDE, apelidado de “Rei da Estrada”, marcando a entrada da empresa no segmento de motocicletas de passeio, com um motor de 80 centímetros cúbicos e isolador de vibrações.
Lançamento dos primeiros snowmobiles da empresa.
1977
Lançamento da FXS LOW RIDER, que possuía guidão reto, motor e pintura exclusivos, e fazia jus ao nome, acomodando o piloto em uma posição mais baixa que o comum.
1979
Introdução do modelo FAT BOB FXEF, que recebeu este nome em virtude de seus tanques de combustível duplos (FAT) e ao seu pára-lama cortado (BOB).
1980
Em homenagem ao histórico rali de Sturgis, lançamento do modelo FXB STURGIS, que vinha equipado com correia na transmissão, acessórios em cromo preto e motor de 80 polegadas.
1982
Mais inovações demonstram um novo compromisso com a qualidade, como as FXR/FXRS Super Glide II, com isolamento de borracha, caixa de cinco marchas e o quadro prensado e soldado para os modelos Sportster.
1984
Introdução do modelo SOFTAIL com o motor V2 Evolution de 1340cc, cuja particularidade era tirar o máximo de rentabilidade com o mínimo de manutenção ganhando mais força à medida que aumentava a velocidade. A principal característica deste modelo era o método de esconder os amortecedores traseiros, o que estabeleceu uma tendência no mercado.
1988
Lançamento da SPORTSTER 1.200 cilindradas.
Pela primeira vez o museu itinerante HARLEY-DAVIDSON (uma enorme carreta) bota o pé na estrada para mostrar relíquias, motocicletas clássicas e a rica história da marca.
1990
Introdução do modelo FAT BOY, que logo se torna uma lenda no designer atual das motocicletas. O modelo se tornou ainda mais popular quando utilizado no filme “Exterminador do Futuro II” (Treminator II) estrelado por Arnold Schwarzenegger. O nome vem do enorme pneu traseiro, uma das características marcantes da moto que conquistou os mais exigentes admiradores da marca pelo seu desenho inovador, aros originais e inconfundível carisma. O modelo, que agora vem com motor de 1.584 cilindradas e pneu traseiro 200 mm, a fez parecer mais “bandida” ainda. Motor que sobra em potência, muita agilidade e visual incrível. Assim é a FAT BOY, um dos modelos mais vendidos da marca no mundo.
1991
● Lançamento da linha DYNA com a estréia da FXDB Dyna Glide Sturgis.
1994
Lançamento da clássica FLHR ROAD KING.
1995
As motos HARLEY-DAVIDSON são equipadas pela primeira vez com injeção eletrônica de combustível.
1997
Introdução do modelo HERITAGE SPRINGER, a versão peso pesado da Softail.
1999
Introdução dos motores TWIN CAM, cujo nome deve-se ao fato de possuir dois comandos no bloco para acionar as válvulas.
2000
Lançamento da FXSTD SOFTAIL DEUCE para o imediato deleite dos motociclistas e da imprensa especializada.
2001
Lançamento dos motores REVOLUTION, refrigerados a água em vez de ar, e cujo ângulo do ”V” era de 60º em vez de 45°.
2002
Lançamento do modelo V-Rod, uma das motocicletas mais ousadas da HARLEY-DAVIDSON em todo o mundo, com estilo futurístico e motor desenvolvido em parceria com a alemã Porsche. Trata-se de um motor dois cilindros em “V” de 1.130 cm³ de cilindradas e 115 cv (cavalos) de potência. Esta motocicleta se tornou célebre depois de ser uma das grandes atrações do filme “X-Men - O Confronto Final”, onde o modelo era pilotado pelo personagem Ciclope (interpretado por James Marsden).
2004
Lançamento da FLHRSI ROAD KING CUSTOM, que com sua suspensão traseira mais baixa e guidão largo, trouxe um ar de praia para uma HARLEY-DAVIDSON clássica.
2006
As primeiras transmissões de 6 marchas passam a equipar a linha DYNA, que ganha mais um modelo: FXDBI STREET BOB.
2008
As motocicletas da linha Touring passam a ser equipadas com acelerador eletrônico.
Lançamento da FXCW SOFTAIL ROCKER, uma moto ao estilo Long & Low (longa e baixa), na qual o banco fica a apenas a 622 mm do chão, fazendo com que seja uma das mais baixas do segmento, e a mais baixa de toda a linha HD.
2010
Lançamento da XL FORTY-EIGHT, nova representante da linha Sportster, a mais acessível da marca. A moto de visual retrô é equipada com um motor V2 de 1200cc com injeção eletrônica, tanque de 7.9 litros, assento único e rodas de aro 16 de aço.


Um ronco inconfundível
Através de toda sua história, as motocicletas da HARLEY-DAVIDSON têm sido conhecidas pelo ronco característico e inconfundível de seus motores. Esse som é único graças à maneira que os motores são projetados. Em um motor comum, o pistão passa pelo processo de admissão, compressão, combustão e exaustão a cada duas rotações do eixo. Então, quando a válvula de exaustão abre e os gases comprimidos no cilindro escapam, se ouve um “pop”, denotando que se passou um ciclo de rotação do eixo. Num motor de dois cilindros comum, os pistões são cronometrados para que um exploda em uma rotação do eixo, e o outro na próxima, cada um explodindo em movimentos individuais do eixo. O que faz uma HARLEY-DAVIDSON tão especial, é que os pistões são conectados ao eixo de tal maneira, que ambos explodem com 45º de diferença antes e depois de uma completa rotação de 360º do eixo, dando o som de dois “pops” e então uma pausa. O que se ouve é o inconfundível som “pop-pop” de uma legítima HD.


Marketing radical
No dia 3 de junho de 1998, uma trovoada imensa partia de um conjunto que lançava um brilho ofuscante de cromados obscurecido por uma amálgama de blusões pretos. Eram 50 mil membros do clube de proprietários de HARLEY-DAVIDSON no desfile de celebração do 95.º aniversário da empresa. Este é apenas um exemplo de que, se o marketing radical se trata da criação de uma comunidade que se une em volta de uma marca, deve haver poucos casos como o da americana HARLEY-DAVIDSON. Os executivos da empresa têm uma ligação siamesa com os seus clientes.


Em 1983, eles fundaram o Harley Owners Group (H.O.G.), com o objetivo de atrair novos clientes para o estilo de vida que a marca acreditava ser o seu grande diferencial, pregando o “andar de moto” como diversão para a família e uma maneira de conhecer o mundo e se divertir. Isso deixava o cliente mais envolvido e o programa se tornou, ao mesmo tempo, um diferencial para a marca e uma inovação para o cliente, que passou a ter necessidade de consumir cada vez mais produtos, como capas de chuva, jaquetas, luvas, capacetes, etc. Surgia uma instituição que patrocinava ralis, organizava eventos e mantinha os proprietários de HARLEY-DAVIDSON em contato com a empresa e uns com os outros.


No primeiro rali organizado pelo HOG, em 1984, estiveram presentes apenas 28 pessoas. Hoje são mais de 1 milhão de membros, muitos deles facilmente identificáveis por uma aparência durona e rústica, com suas jaquetas de couro, tatuagens e cabelo comprido. O primeiro H.O.G. internacional foi fundado em 1991 na Inglaterra. No mundo inteiro são mais de 1.400. A fundação do H.O.G. ajudou à regeneração da empresa, permitindo-lhe manter-se como marca que perdura e perdurará. Hoje em dia, o H.O.G. oferece aos seus membros vantagens que dão gás à paixão por dirigir uma HARLEY-DAVIDSON, tais como a revista HOG, encontros e eventos, chapter locais, distintivos e emblemas, o programa de locação de motos Fly & Ride, remessa de motocicletas e muito mais.


Em 2006 a marca lançou um vídeo institucional batizado de “Live by it”, que acabou se transformando em uma oração para qualquer proprietário de uma HARLEY-DAVIDSON.

“Nós acreditamos no nosso próprio caminho, não importa qual é o rumo que o resto do mundo está tomando
Nós acreditamos em resistir a esse sistema que foi construído para esmagar os indivíduos como insetos em um pára-brisas
Alguns de nós acreditam no Homem lá de cima; todos nós acreditamos no homem que somos aqui embaixo
Nós acreditamos no céu, e não acreditamos em tetos solares
Nós acreditamos na liberdade

Nós acreditamos na poeira, nos búfalos, nos vales montanhosos, na vegetação rasteira e em pilotar em direção ao pôr do sol
Nós acreditamos em bolsas laterais, nós acreditamos que os caubóis é que sabiam das coisas
Nós nos recusamos a abaixar a cabeça para quem quer que seja
Nós acreditamos em roupas pretas, porque elas não demonstram sujeira... ou fraqueza
Nós acreditamos que o mundo está ficando muito monótono, e que nós não vamos ficar como ele
Nós acreditamos em pegar a moto e viajar por uma semana inteira
Nós acreditamos em diversões de beira de estrada, hot-dogs de posto de gasolina e em descobrir o que está acontecendo na próxima cidade
Nós acreditamos em motores barulhentos, pistões do tamanho de uma lata de lixo, tanques de combustível desenhados em 1936, faróis do tamanho dos de uma locomotiva, cromo e pintura customizada
Nós acreditamos em chamas e em caveiras
Nós acreditamos que a vida é o que você faz dela, e nós fazemos dela uma viagem daquelas
Nós acreditamos que a máquina que você pilota diz ao mundo exatamente de que lado você está

Nós não nos importamos com o que os outros acreditam

Amém.”


O museu
Um verdadeiro templo para os fãs. Assim pode ser definido o Museu Harley-Davidson, inaugurado oficialmente no dia 12 de julho de 2008 na sede da empresa em Milwaukee, em uma área de 20 acres, com mais de 700 árvores nativas, lago, rio e em um parque aberto 24 horas. O museu, 12.000 m² formados por três prédios de tijolos pretos, aço galvanizado e vidro, é um arquivo impressionante da história da marca e inúmeras exposições são constantemente programadas. A primeira delas contou com a réplica de uma pista que lembra as chamadas “corridas loucas”. Pistas ovais feitas de tábuas de madeira, cheias de gordura, curvas com inclinação de 45 graus, onde era possível atingir 190 km/h em motos sem freios. Elas duraram pouquíssimo tempo por motivos óbvios. Estão expostas aproximadamente 450 clássicas motocicletas fabricadas pela empresa. Entre elas está a mais antiga: Serial Number One. Trata-se de uma espécie de protótipo com pedal e um pequeno motor, construído pelos fundadores da empresa. De mais “recentes”, há os modelos de serviço de três rodas, usados durante a Grande Depressão, e os criados para a Segunda Guerra Mundial. Também está no museu a moto KH vermelha e branca 1956 de Elvis Presley, que a comprou alguns meses antes de estourar com a música “Heartbreak Hotel”. Outros famosos também marcam presença virtual em telas que exibem os momentos mais importantes da HARLEY-DAVIDSON no cinema e na televisão.


Além disso, quem quisesse se tornar um membro fundador poderia ter esta honra, pelo menos de certa forma. É que até o final do ano de 2008, quem se associou ao museu, pagando taxas que variam de acordo com cada plano, teve direito a este título com a honraria gravada em uma plaqueta de metal, ou como eles chamam, em um “dog tag”. Expondo muito mais que a rica e mítica história da marca americana através de fotos, vídeos, roupas, documentos raros e outros artefatos, o local tem entre suas atrações a exibição dos componentes desmontados que fazem parte das motocicletas e dos tradicionais tanques de gasolina de modelos clássicos da marca. O museu conta também com um restaurante que abriga 900 pessoas sentadas, um café, uma enorme loja (a maior do mundo), onde é possível encontrar uma infinidade de produtos da HARLEY-DAVIDSON, e um espaço para eventos e espetáculos, desde casamentos a encontros de motos clube. E para se sentir em casa – ou na estrada – de vez, o museu tratou de colocar o característico ronco do motor em diversos locais para o público ouvir. O museu atrai aproximadamente 350.000 visitantes por ano.


A evolução visual
O icônico logotipo da marca HARLEY-DAVIDSON, chamado de “Bar & Shield”, surgiu em 1908, quando foi usado como um adesivo, fixado na caixa de ferramentas encontrada nas motocicletas HD. O nome Bar & Shield vem do formato do logotipo que é constituído por uma barra (bar) onde está escrito o nome HARLEY-DAVIDSON e um escudo (shield) onde se lê “Motor Cycles”. Um pedido de registro da marca no U.S Patent Office com a data de 30 de janeiro de 1930 alega que o “B&S” foi usado e aplicado constantemente pela empresa desde 6 de maio de 1910. A primeira associação com a cor preta e laranja para o logotipo Bar & Shield data de 1922, quando peças e acessórios receberam embalagens com novo design. A versão atual surgiu somente em 1965, substituindo a versão antiga, bem mais alongada.


Os slogans
So screw it, let’s ride. (2008)
Live by it. (2006)
The Legend Rolls On. (A lenda continua rodando)
Live to Ride, Ride to Live. (Viva para rodar, rode para viver)
The Road Starts here. It never Ends. (A estrada começa aqui, mas nunca acaba)
American by birth. Rebel by choice. (Americana de nascimento. Rebelde por escolha)
Until you’ve been on a Harley-Davidson, you haven’t been on a motorcycle. (Se você nunca andou em uma Harley-Davidson, então nunca andou em uma moto)
If i have to explain, you wouldn’t understand. (Se eu tiver que explicar, você não vai entender)
Soul: That is the Difference. (Alma: essa é a diferença)
A Legend Can’t Stand Still. (Uma lenda não pode ficar parada)
It’s time to ride. (É hora de montar - na moto)
A Rolling Testament to Staying True.


Dados corporativos
● Origem: Estados Unidos
● Fundação: 28 de abril de 1903
● Fundador: William Harley e Arthur Davidson
● Sede mundial: Milwaukee, Wisconsin
● Proprietário da marca: Harley-Davidson, Inc.
● Capital aberto: Sim (1986)
● Chairman: Barry Allen
● CEO & Presidente: Keith Wandell
● Faturamento: US$ 4.86 bilhões (2010)
● Lucro: US$ 146.5 milhões (2010)
● Valor de mercado: US$ 8.7 bilhões (maio/2011)
● Valor da marca: US$ 3.281 bilhões (2010)
● Fábricas: 7
● Concessionárias: 1.550
● Vendas globais: 210.494 unidades (2010)
● Presença global: + 100 países
● Presença no Brasil: Sim
● Funcionários: 6.300
● Segmento: Motocicletas
● Principais Produtos: Motocicletas e acessórios
● Principais concorrentes: Kawasaki, Yamaha e Honda
● Ícones: A imagem de rebeldia, o logotipo e o ronco de suas motos
● Slogan: So screw it, let’s ride.
● Website: http://www.harley-davidson.com/

O valor
Segundo a consultoria britânica Interbrand, somente a marca HARLEY-DAVIDSON está avaliada em US$ 3.281 bilhões, ocupando a posição de número 98 no ranking das marcas mais valiosas do mundo. A empresa também ocupa a posição de número 430 no ranking da revista FORTUNE 500 (empresas de maior faturamento no mercado americano) de 2010.

A marca no mundo
Em 2010, a HARLEY-DAVIDSON comercializou mais de 210 mil motocicletas em mais de 100 países, oferecendo 37 modelos diferentes (entre eles os famosos Fat Boy, The Sportster e Electra Glide) em seus mais de 1.500 pontos de vendas, contando com uma força de trabalho de 6.300 pessoas. Depois das motocicletas (76% do faturamento) e partes e acessórios (17.9% do faturamento), a marca vende atitude, comercializando roupas e acessórios (6.2% do faturamento). Somente a licença de utilização do logotipo e da marca HD gerou para a empresa em 2010 uma arrecadação de US$ 40 milhões (0.8% do faturamento).

Você sabia?
A primeira fábrica da marca fora dos Estados Unidos foi aberta em Manaus no ano de 1998.
Nos Estados Unidos, uma grande parte das policias estaduais, tem enormes frotas de HARLEY-DAVIDSON. A primeira delas foi vendida para o departamento de polícia de Detroit em 1908.

Fonte: Mundo das Marcas

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