domingo, 5 de fevereiro de 2012

ESPORTIVAS DE 250cc DE 2 TEMPOS!

Antes mesmo de começar a ler esta matéria, os mais experientes vão lembrar-se dela. A saudosa RD 350, ou Viúva Negra, como ficou conhecida, por ter tirado muitas vidas (ou quase), é uma moto de respeito. Mas não é sobre ela que vamos falar e sim da sucessora e suas rivais, as 250cc de dois tempos. Quando falam que a sensação mais próxima de voar sem ter asas pode ser sentida montado em uma moto, com certeza falam de uma moto de motor dois tempos. Muito leves e potentes, as motos 250 cc de dois tempos dominaram as pistas de corrida e as ruas do mundo, deixando aquele cheiro de óleo dois tempos no ar.

Yamaha TZR 250 R SP

Yamaha TZR 250 R SP

A sucessora da RD250/350 é mais leve, mais aerodinâmica, mais estável e mais potente. Não foi de um dia para o outro. O modelo TZR 250 SP passou por todo aquele processo evolutivo que as motos passam. Introduzido em 1986 para rivalizar com a Honda NSR 250 sua produção durou apenas dez anos, sendo finalizada em 1996. Baseado na TZ 250 de corrida, o motor foi de dois cilindros paralelos, dois cilindros contrapostos e, por fim, dois cilindros em V (sempre de dois tempos). Arrefecimento líquido, equipado também com YPVS (Yamaha Power Valve System, controla o fluxo de exaustão do motor) deixando a moto estável aumentando o torque em baixas rotações.
Com a potência de 45 Hp de fábrica (dependendo do país), seu desempenho pode ainda ser melhorado com kit Racing, ultrapassando os 60 Hp fazendo a moto atingir os 100 Km/h em menos de 4 segundos e atingir a velocidade máxima de 190 Km/h.

Honda NSR 250 SE

Honda NSR 250 SE

Criada pela Honda Racing Corporation, esta é a mesma NSR que rendeu à Honda oito grandes prêmios mundiais de na categoria 250 cc, mas com características para andar nas ruas, como piscas, faróis e assento traseiro. Além da NSR standard, foram produzidas 1500 unidades “SP” e posteriormente 1000 unidades Repsol, com diferentes ajustes de suspensão, rodas mais leves e embreagem multi-disco seca.
O modelo de 45 Hp (Japão) atinge 185 km/h. Sem limitadores, sua potência é de 60 Hp, e a velocidade máxima é de 215 Km/h. O motor é de dois cilindros em V a 90◦ de arrefecimento líquido. Pode atingir os 100 Km/h em 3.77 segundos também por conta do baixo peso: 138 Kg a seco. A série NSR 250 da Honda foi produzida de 1985 a 1996 e Contou com várias produções especiais, as SP (Sport Production), Repsol e comemorativas do campeonato GP 500.

Suzuki RGV 250 Γ SP

Suzuki RGV 250 Γ SP

No Brasil existiu a Viúva Negra. Lá fora, do outro lado do mundo existiu a Gamma (Γ lê-se gamma). Lá no Japão, todo mundo (de meia idade) conheceu, ou tem um amigo que conheceu alguém que tragicamente faleceu pilotando uma Gamma. Soa familiar?
A Suzuki RGV 250 Γ era a moto de dois tempos que pesava 128 Kg (modelo de1989) e tinha 59 Hp de potência, motor de dois cilindros em V a 90◦ e atingia os 100 Km/h em 3,7 segundos (isso o modelo standard). Mas não parou por aí. Em 1997, a Suzuki Lançou a RGV 250 Γ SP. Com um novo motor V2 de 70◦, produzia 70 Hp potência para empurrar 134 Kg (a seco). Equipada ainda com carburadores especiais de 34 mm com sensores de pressão da caixa de ar, e Ram-air.
Os motores VJ-22 (V2 de 90◦) que equipavam as Gamma equipam também as lendárias Aprlia RS 250.
As RGV 250 Γ Quando otimizadas, são mais rápidas que a maioria das motos de dois e quatro tempos atuais.

Kawasaki KR-1

Kawasaki KR1

Logo de cara, a Kawasaki KR-1 não empolga muito pelo visual retro e pneu traseiro 130, mas a KR-1 foi nada mais, nada menos que a 250 cc mais veloz e detém o recorde de velocidade final de 225 Km/h (World’s Fastest Production 250 cc).
O motor, diferente das concorrentes NSR 250, TZR 250, RGV 250 Γ e RS 250, era de dois cilindros paralelos e rendia 55 Hp. Sua produção foi de apenas 10.000 unidades para no mundo, e foi vendido no Japão, Reino Unido, Europa, Austrália, Nova Zelândia e África do Sul. Não foi comercializado nos EUA devido à lei de emissões de poluentes do país.
Devido ao baixo numero de modelos fabricados, a KR-1 é bastante colecionada. Foram ainda, comercializados modelos especiais “R” com carburadores de 35 mm e cores especiais, para competir com as concorrentes “SP”, mas sua produção cessou em 1990 como a esportiva de dois tempos menos vendida entre as quatro japonesas.

Aprilia RS 250



Atualmente, as motos com motores de dois tempos não são mais fabricadas devido a vários fatores. No Japão, a moda das esportivas simplesmente passou. As motos de categoria cruiser, naked e street, bem mais confortáveis e fáceis, foram caindo no gosto dos japoneses. As ariscas motos esportivas foram perdendo espaço no mercado. As leis japonesas também mudaram. Em 93, um decreto proibia as montadoras de produzir motos de 250 cc com mais de 40 Hp de potência devido ao alto índice de acidentes. Isso não impediu as montadoras de vender kits de aumento de potência para suas motos com finalidade de competição, mas o baixo número de vendas deu fim às esportivas 250 cc de alto desempenho.
Hoje, as 250 cc de dois tempos não são mais fabricadas. Mas não significa que estão aposentadas. A categoria ainda conta com entusiastas que correm nas ruas. Mas é em trackdays e competições independentes que vemos todo o seu poder e graça. Ainda é possível vê-las ultrapassando as modernas 600 cc e 1000 cc nas curvas, deixando aquele cheiro de óleo dois tempos no ar.

Fichas técnicas


Fonte: Motonline

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