sábado, 29 de agosto de 2009

Cálculos de RPM



Senhores, entrei no forum a poucos dias para trocar experiencias com os outros donos de Fazer. Sou um tiozão com experiencia de 30 anos em motos. Já tive de tudo (RD 50 a CB 750). Hoje tenho uma Fazer, por pura comodidade, pois é na minha opinião a melhor relação custo beneficio do Brasi (com excessão da GS 500) que para mim atualmente não serve por causa do pouco exterço do guidão. Eu participava ativamente de outros foruns, mas tenho desistido por causa da grande quantidade de firulas que são escritas nos mesmos. O papel aceita tudo, mas acho que deveriamos todos por a mão na consciencia e parar de escrever inverdades que apenas desmotivam os realmente técnicos e deixa o forum cheio de leigos que pouco podem ajudar os que realmente tem problemas. Coisas como a relação do velocimetro com a velo real e o alongamento da relação são calculos matemáticos que são imutaveis, e não adianta falar que na minha moto é assim e ta acabado, porque isto pode convencer leigos, mas não técnicos, alem de deixar um cheiro de fake. Trabalho com calculos e tecnologia de ponta, chefio um depto de engenharia muito bom e com bons laboratórios que me permitem realizar diversas experiencias e provar tudo o que escrevo. Para evitar uma possivel discórdia entre menbros, vou colocar aqui um post colocado em outro forum, que pode ser elucidativo para os que realmente querem saber como as coisas funcionam, e pode também conscientizar os que gostam de escrever fantasias a evitar estas coisas.

Muito se fala sobre o real rendimento de determinada moto, se esta anda mais ou menos que outra. Na verdade a velocidade máxima de cada marcha e logicamente a velocidade final de qualquer veiculo automotor é delimitado por condições mecânicas imutáveis sem a alteração e/ou troca de peças do veiculo. A velocidade alcançada por uma moto é um calculo simples, baseado na relação entre rotação do motor, relação primária (no virabrequim), relação final (coroa e pinhão), relação de cambio e finalmente a circunferência do pneu de tração.Ao se alterar a relação de uma moto, alongando-a (com o uso de coroa menor ou pinhão maior), ou encurtando-a (com o uso de coroa maior ou pinhão menor), busca-se se adequar à utilização da moto a um determinado perfil de desempenho ou economia já que a uma mesma rotação do motor a moto estará em uma velocidade maior ou menor respectivamente.

No caso da necessidade de encurtamento da relação (em motos para trilha, por exemplo), os resultados são imediatos, mas em contrapartida o alongamento da relação só resultará em aumento de velocidade final se o motor tiver potencia para isto. Sem a alteração da potencia do motor o alongamento de relação deverá ser mínimo, pois de outra forma não alcançaríamos mais a rotação máxima original em ultima marcha, diminuindo a velocidade final, embora em baixas velocidades possa existir uma redução do consumo de combustível.

Tomando como exemplo uma EN 125 YES (porque tenho o manual com os dados necessários), tem-se os seguintes dados: relação primária - 3.470 (59/17), relação final - 3.071 (43/14), relação do cambio em 5° marcha - 0,956 (22/23), e circunferência do pneu de 1856 mm (obtida através de medição, pois o calculo sobre as medidas de pneu e roda não são iguais para todos os fabricantes de pneu).

De qualquer forma segue formula para calcular-se esta circunferência:Pneu 90/90 18 (90 mm de largura, 90 % de 90 mm de altura (81,0 mm) para ser usado em rodas de 18”Roda 18 “ = 18 x 25,4 = 457,2 mmO diâmetro total roda mais pneu será: 457,2 mm + 81,0 mm + 81,0 mm = 619,2 mmA formula de circunferência é 3,1415 x o diâmetro, ou seja: 3,1415 x 619,2mm = 1945,27 mm (para cada volta da roda a distancia percorrida será de 1,94527 metros).A formula para calcular-se a velocidade segue abaixo: RPM x circunferência do pneu x 0,06 V = Relação primaria x relação final x relação do cambio.

No caso da YES em 5° marcha a 10000 rpm seria:V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 109,315 km/h. 3,470 x 3,071 x 0,956 10,187 No caso de trocar-se a relação final por uma coroa de 42 dentes fica como segue:V= 10000 x 1.856 x 0,06 = 1113,6 = 111,897 km/h3,470 x 3,0 x 0,956 9,95196.

Esta formula serve para qualquer moto, bicicleta ou automóvel desde que utilizados os dados específicos de cada veiculo. Como se pode notar, o ganho em velocidade final foi pequeno. Para um incremento maior de velocidade, com a utilização de uma coroa ainda menor, sem prejuízo na dirigibilidade da moto torna-se necessário o aumento de potencia do motor.

O problema é que o aumento de velocidade não é diretamente proporcional ao aumento de potencia, devido ao maior arrasto aerodinâmico, atrito, geração de calor, etc. conforme demonstrado na formula abaixo:P2 =P1 x (V2 / V1)³ onde P1 é a potencia atual, P2 é a potencia necessária para se atingir a velocidade desejada, V1 é a velocidade máxima atual e V2 a velocidade máxima desejada.

Como exemplo, vamos utilizar um automóvel moderno que tenha aproximadamente 100 CV e atinja a velocidade de 185 km/h. Como eu sou louco, gostaria de atingir uma velocidade de 400 km/h com o mesmo carro então:P2 = 100 x (400/185)³ = 1010 CV.

Como se pode notar, apesar de querer atingir pouco mais do que o dobro da velocidade atual, a potencia necessária para tal é 10 vezes maior que a atual.

Como exemplo, esta é a potencia de um Bugatti Veyron, que realmente atinge 400 km/h.Isto posto, torna-se simples calcular a real velocidade atingida por sua moto. Pode-se também, em motos sem conta giros, desde que se saiba a velocidade real da moto, calcular em que giro vc esta e se é possível forçar um pouco mais ou se já se chegou no limite maximo de utilização com segurança.

Imaginemos que vc queira chegar a uma velocidade real, com relação original a 140 km/h:140 km/h = RPM x 1856 x 0,06 140 km/h = RPM x 0,01093 RPM = 12808,9 RPM10,187Se a sua moto 125 com potencia original e relação também original bate 140 km/h de final, ou o seu velocímetro é parente do pinoquio, ou vc tem uma moto que consegue atingir quase 13000 RPM sem flutuar válvulas.

Que sorte heim..

autor desconhecido

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