sexta-feira, 15 de agosto de 2014

O DESGASTE DOS ENCOTROS DE MOTOS PELO BRASIL

O meio motoclubista e suas festas de motociclistas vêm sofrendo um desgaste natural, que precede as mudanças naturais necessárias. Tudo está em movimento, muda-se e ajeita-se ao sabor das situações políticas e sociais etc. Os encontros de motos estão nessa fase e padecem de repetição de programação, do comércio como fim e da perda de identidade e do sentido do (jeito de ser) dos encontros tradicionais dos verdadeiros motociclistas como uma irmandade solidária e ordeira.
O encontro de motociclista, com raras exceções, já não é uma festa amadora, como antes, com o fim principal no prazer de uma boa prosa e de trocas de informações e culturas entre motociclistas, que tinham como estilo de vida viajar o Brasil (e até o mundo) sobre duas rodas. Os encontros aconteciam meio improvisados numa praça ou numa área vazia, e o som era mecânico, ao redor de onde todos se ajuntavam, proseavam sobre cidades, estradas, moto e suas modificações.
Hoje, as evoluções normais dos encontros foram, em alguns casos, radicais desvirtuando o sentido de integração das festas de motos. O show de rock já não é mais pra curtir, tem potência para a cidade toda saber da festa e quase não permite a velha e boa prosa de antes. Quase todos já estão sentindo a falta dos verdadeiros motoclubistas, que estão retornando ao tradicional motopasseio às cidades pequenas. Até o velho aceno de mão ao se cruzarem está acabando.
 motociclista esmerilhando sua SS em encontro

Os motociclistas de motos esportivas (não todos, evidentemente) também têm feito estragos nessas festas, aproveitando o país sem ordem. Muitos deles sentem prazer em fazer barulho ensurdecedor ao acelerar, até estourar, o giro do motor e o pneu, no meio da multidão, com risco de grave acidente. Numa festa ordeira desrespeitam a lei sem se incomodar com as pessoas e, o pior, não são nem advertidos pelas autoridades.
Muitos motociclistas de motos esportivas, com sua falta de respeito e de educação, estão criando rivalidade desnecessária no meio motociclístico até resultando em algumas brigas. Perturbam a festa, que não é só deles, e provocam, com o barulho ensurdecedor, os que querem ouvir o show de rock ou conversar. Relatados nas redes sociais, esse comportamento errado, ilegal, perigoso e abusivo, sem reposta da polícia, já comprometeu alguns tradicionais eventos, que começam a sentir o esvaziamento dos outros motociclistas. 
A infantilidade e a tolice (de novos e de maduros pilotos) chega ao absurdo e incrível ato de se acelerar, até o máximo, uma moto na porta de hotel às 5h da manhã. Eu mesmo que vos escrevo padeci com isso num evento nacional e concluí daí que o ser humano é o único bicho que tem o livre arbítrio e o usa até pra ser bobo ao extremo. 
Uma singela sugestão é a promoção de festa separada de motociclistas esportivos com liberação para exibições, e o respeito desses nos eventos tradicionais. A paz e a boa convivência é sempre a melhor opção. Assim, não devemos discriminar e hostilizar ninguém por sua roupa ou moto esportiva num encontro de motos. Devemos, sim, antes de brigar, exigir o cumprimento da lei e abominar o radicalismo e as generalizações perigosas.

Fonte: O Tempo

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