sábado, 17 de setembro de 2011

INJUSTIÇAS MOTOCILÍSTICAS

As mulheres! Ahhhhh, as mulheres...

Esse é um tema farto. Converse com um motociclista e ele vai reclamar das autoridades, dos tributos, do respeito no transito, da violência urbana, das seguradoras, da ausência das faixas exclusivas, do pagamento do pedágio nas estradas, e assim por diante. Motociclista é um injustiçado mesmo, é quase um herói por insistir com essa mania de querer andar de moto.

É lindo de se ver, mas equipamento protege a beleza. Foto: Motocustom

Mas vamos lá na outra ponta, naquele caso da corajosa menina, uma mulher, que comprou uma moderna scooter urbana que mal passa de 60km/h, gastou na época cerca de 6 mil reais em suaves prestações e a usa para ir trabalhar, fazer compras, e contribuir para a redução de carros nas ruas. Essa mulher, heroína também, sofre com os mesmos problemas dos motociclistas “homens”, mas em um ambiente totalmente diferente. Se um cobre grandes distancias todos os dias, a outra é tipicamente uma motociclista de bairro, com um limitado raio de ação. Se um está preocupado com o custo do seguro da sua moto, a outra nem seguro tem, afinal a scooter nem é tão cara em como muitos bandidos dizem “quem vai querer aquela M…”

E mulheres são mais cuidadosas, menos agressivas no transito, dão seta antes de virar a esquina, raramente se envolvem em acidentes motociclisticos. Mas ela precisa de vaga para estacionar, vaga de moto, e isso quase não existe. Ela precisa de roupa de proteção leve, de tamanho pequeno, algo difícil de achar. Não, ela não precisa de capacete rosa, ou jaqueta azul bebê. Ela precisa de roupas tradicionais e leves, em tamanhos femininos. Botas são um problema para quem calça menos de 36 (sim, mulheres pequenas tem uns pezinhos pequenininhos…) e o mercado pouco oferece nessas medidas, quando muito temos que recorrer a uma linha infantil. Roupa feminina tem que ter características próprias, elas não querem chegar ao seu destino “com cheiro de rua” nem abrir mão daquela bolsa, ou daquele penteado. Um dia a industria vai acordar para isso, como acordou para a maquiagem para negras, que talvez vocês marmanjos não saibam, não existia no Brasil há uns 10 anos atrás.

Enfermeiras voltando do trabalho. Foto: André Garcia

Mas a gloriosa guerreira munida de sua fiel scooter vai indo muito bem, se há alguns anos eram poucas no mercado, hoje elas se destacam como as principais compradoras dessas motonetas. E uma incentiva a outra, convida pra passear, falam do design e da capacidade de carregar bagagens (compras, tipicamente…) e vão colorindo nossas ruas com seu charme.

E depois das festas de fim de ano, chega janeiro. O fatídico mês do IPVA!

Uma scooter 2008, que em janeiro de 2012 terá 4 anos de uso, vale aproximadamente 3 mil reais (talvez um pouco mais se achar o cliente certo) e a conta do licenciamento chega a 500 reais, quase 20% do valor da moto, por causa principalmente do seguro obrigatório que é ÚNICO para qualquer moto, tanto faz uma Yamaha R1 super esportiva, quanto uma singela Yamaha Neo de 115 cilindradas. De onde vem essa conta maluca?

Só de Seguro Obrigatório (cerca de 280 reais) e taxa de vistoria (60 reais) já somam quase 350 reais que independem do valor do bem. Some a isso os 2% sobre o valor do bem (80 reais, para uma scooter que vale pela tabela FIPE mais de R$ 4000, mas que ninguém paga no mercado de usados) chegamos a 420 reais aproximadamente. Acrescente nessa conta as taxas estaduais e/ou municipais e chegamos perto dos 500 reais. Desse valor, apenas 80 reais é “variável” de acordo com o valor da motocicleta, o resto é fixo. Certamente quem tem uma esportiva, ou uma touring alemã não precisa se preocupar com esses caraminguás financeiros e paga o IPVA feliz da vida, pois pouco representa frente ao seguro ou ao custo de manutenção de sua moto. Mas para a pobre guerreira de scooder, isso pesa no bolso.

São quase 20% do valor da moto, em 5 ou 6 anos a soma das taxas de licenciamento ultrapassarão o valor de aquisição da pequena scooter. Um veículo urbano, prático, que aproxima as mulheres do nosso meio, que colabora com a redução dos engarrafamentos, que é tudo de bom, mas é taxado e sobretaxado como algo do mal, perigoso, uma versão “evil mode” do Uno Mille.

Já não basta a guerreira motociclista de scooter ter que passar por um difícil processo para obter sua carteira de motorista, um processo idêntico daquele que vai comprar uma Ducati ou Kawasaki com mais de 100cv, ela ainda vai financiar com seu pequeno patrimônio a maquina corrupta do governo.

Autoridades, pensem a respeito!

Scooters são do bem! Em cima delas estão mulheres dignas, donas de lar, estudantes, profissionais, mães. Facilitem a vida delas! Incentivem a obtenção das carteiras de motorista para pequenos veículos, e reduzam substancialmente o valor do licenciamento anual para veículos desse tipo. É uma lambretinha, uma charmosa lambretinha!

Para ilustrar eu até diria que “poderiam ser suas mães” em cima delas, mas não, mães de políticos costumam ter outra profissão.

Fonte: BestRiders

Nenhum comentário:

FINALMENTE, HOJE COMEÇA A TEMPORADA DA MOTOGP

Finalmente, depois de um longo inverno, as emoções da MotoGP retornam na data de hoje, com o GP do Qatar, direto do circuito de Losail, a ún...