Tanque com maior capacidade, para-brisa, suspensão dianteira com
curso mais longo, banco único e posição de pilotagem ereta são os
diferenciais da nova Honda CB 500X, que chega às concessionárias agora
em maio para se juntar à naked CB 500F e à esportiva CBR 500R e
completar a família 500cc da marca japonesa. Compartilhando mais da
metade dos componentes, cada integrante da família diferencia-se
visualmente de acordo com sua proposta, e a da crossover CB 500X é ser
uma moto para viagens mais longas. Seus diferenciais fazem dela o modelo
mais caro da linha: R$ 23.500 para a versão standard e R$ 25.000 para a
versão com ABS.
Visualmente, a 500X traz a identidade de outros modelos “crossover”
da Honda, como a NC 700X e a VFR 1200X. O tanque é mais encorpado em
função da maior capacidade – 17,0 litros contra 15,7 nas outras versões
da linha 500cc – para oferecer uma maior autonomia. O conjunto óptico
traz um para-brisa e um pequeno paralama superior mais curto, além de
outro mais rente à roda dianteira. Há ainda um spoiler abaixo do motor,
que envolve os canos que convergem em um único escape do lado direito.
Na traseira, o design e a lanterna são os mesmos usados em suas irmãs,
porém há alças mais longas para a garupa. O conforto para o piloto é
reforçado no assento em uma única peça em dois níveis, em vez dos bancos
bipartidos da naked e da esportiva.
Mas é na geometria da suspensão dianteira que está a “grande” sacada
da 500X. Com molas internas maiores e curso 20 mm mais longo do que suas
irmãs, o garfo dianteiro convencional garante mais conforto.
Primeiramente porque sua capacidade de absorção foi melhorada. Mas
também o guidão fica mais elevado e proporciona assim uma posição de
pilotagem mais ereta, típica das motos trail. O ângulo de cáster
aumentou um grau (passou de 25,5 ° para 26,5 °), o que alterou o
entre-eixos em um centímetro e garante, em teoria, mais estabilidade
para rodar em altas velocidades.
Mais da metade é igual
Na parte mecânica, pouca novidade. “A CB 500X compartilha 55% dos
itens com suas irmãs”, afirma Alfredo Guedes, engenheiro da Honda. A
começar pelo motor: o mesmo bicilíndrico refrigerado a líquido de 471
cm³ de capacidade com duplo comando no cabeçote (DOHC). O desempenho é o
mesmo: 50,4 cv de potência máxima a 8.500 rpm e torque máximo de 4,55
kgf.m atingido aos 7.000 giros do motor. “Já foram feitos ajustes na
fábrica e a CB 500X não terá que passar pelo recall”, avisa Guedes,
referindo-se à campanha de substituição dos parafusos dos eixos dos
balancins roletados que afetou às irmãs “F” e “R”.
O sistema de freios também se manteve: discos únicos na dianteira e
na traseira, sendo o primeiro com 320 mm de diâmetro e o segundo com 240
mm. Ambos mordidos por pinças de dois pistões e com sistema ABS
opcional. Porém, em função do perfil de usuário, mais experiente, acima
de 30 anos e com renda mensal superior, a versão com freios ABS deve
responder por mais da metade das vendas, acredita Marcos Monteiro,
gerente de Planejamento Comercial da Honda. “Provavelmente esta não será
a primeira motocicleta do consumidor, portanto ele sabe frear bem e não
precisa de freios combinados, mas valoriza a segurança proporcionada
pelo ABS em situações de emergência”, explica Monteiro.
O quadro em aço é comum para a família. Em teoria é do tipo diamante,
isto é, o motor faz parte da estrutura, mas utiliza elementos da dupla
trave em treliça na parte superior. “Isso é que proporciona rigidez e
flexibilidade para a família 500 cc”, afirma o engenheiro Guedes.
Em função da nova suspensão dianteira, as dimensões são maiores, com
comprimento de 2.095 mm, largura de 830 mm e altura de 1.290 mm e
entre-eixos de 1.420 mm. O mesmo acontece com o banco, na “X” a 810 mm
do solo. Já o peso é de 182 kg a seco para a versão com ABS (180 kg para
a standard).
Primeiras impressões
No lançamento da Honda CB 500X para a imprensa brasileira, tivemos a
oportunidade de rodar cerca de 50 km com o novo modelo. Foi possível
avaliar o comportamento dentro da sua proposta, mesclando uma estrada
asfaltada e sinuosa com um trecho de terra batida entre São Luiz do
Paraitinga (SP) e a Cachoeira Grande, em Lagoinha (SP).
O motor, comum aos outros modelos, é realmente muito “liso”. Quase
não vibra e tem um câmbio bastante macio e com as últimas marchas bem
longas, o que na estrada significa conforto e economia de combustível – o
pequeno computador de bordo indicava consumo instantâneo entre 4 e 5
litros a cada 100 km (entre 20 e 25 km/litro). Bom para uma tocada
tranqüila, mas sim falta um pouco de potência, principalmente em altos
giros. No entanto, sobra torque e disposição para rodar a 120 km/h
tranquilamente.
Na parte ciclística, as suspensões parecem mais macias para superar
lombadas e valetas na cidade. E também absorveu as imperfeições do chão
no trecho de terra batida. Mas, nem pense em encarar trechos off-road
mais pesados. Afinal, os pneus originais da “X” têm a mesma medida das
irmãs, mas são de outro modelo/perfil: Pirelli Scorpion Trail que são
indicados para bigtrails que rodam no asfalto.
É notável também o maior conforto na estrada devido à nova ergonomia.
A começar pela maior proteção aerodinâmica oferecida pelo para-brisa,
que desvia o vento do capacete. O banco mais largo acomoda melhor o
piloto, mas somente um teste mais longo poderá confirmar essa primeira
impressão.
Posicionado de forma mais natural, com braços e pernas levemente
flexionados, senti-me mais confiante ao guidão desta CB 500X. Admito
minha preferência pelas motos trail, mas sem dúvida a posição de
pilotagem mais ereta permite um controle maior da motocicleta.
Principalmente tratando-se de uma viagem, onde possam surgir imprevistos
e mudanças rápidas de direção sejam necessárias. Mesmo com 2 cm a mais
de curso, o desempenho da 500X nas curvas não parece ter sido
prejudicado. Assim como nas outras versões, bastava mirar, deitar e
contornar a curva com segurança.
No trecho de terra batida, a CB 500X vai bem e até preferi a versão
sem freios ABS. Já na areia próxima a uma cachoeira, seu desempenho é
limitado pelos pneus e pelas rodas aro 17. O peso também é elevado para
incursões off-road: uma Honda XRE 300, por exemplo, pesa cerca de 30 kg a
menos.
Mas, em geral, como eu esperava, a CB 500X parece ser a mais versátil
e completa da família 500cc. Não é grande ao ponto de atrapalhar seu
uso urbano, porém é confortável o suficiente para encarar uma viagem
mais longa.
Mercado
A Honda também aposta em sua vocação para viagens como chave para seu
sucesso. A previsão de vendas para 2014 é de 5.700 unidades,
praticamente a mesma quantidade da versão naked. “E só há oito meses até
o final do ano, mas em 2015 apostamos que a ‘X’ seja a mais vendida da
família 500cc”, revela Marcos Monteiro, da Honda.
Mais barata que a NC 700X, cujos preços sugeridos são de R$ 27.490
(standard) e R$ 29.990 (ABS), a CB 500X mira nos motociclistas que
possuíam uma NX4 Falcon ou uma XRE 300 e querem subir de categoria. Ou,
até mesmo, em consumidores de motos trail usadas que busquem um modelo
zero quilômetro. “Nessa faixa de R$ 25.000, a CB 500X está sozinha. As
concorrentes, embora tenham motores maiores, também começam em torno dos
R$ 30.000”, diz Monteiro.
fonte: MSN Motos
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