sábado, 18 de setembro de 2010

Trocar o óleo no momento certo evita danos à moto, ao bolso e ao ambiente



Uma boa lubrificação garante maior vida útil ao motor da motocicleta, porém, há muitos mitos sobre qual a hora certa de trocar o óleo. Mitos como "trocar o óleo toda semana", "não deixar passar dos 1.000 km" ou "o ideal é trocar na metade do recomendado pelo fabricante", difundidos aqui e ali deixam o motociclista perdido sem saber qual a hora certa de fazer a manutenção de sua moto.

A dúvida não deveria nem existir, afinal o manual do proprietário que acompanha a motocicleta traz recomendações dos fabricantes sobre o óleo correto e o intervalo entre cada troca. Mas o que fazer quando até mesmo o mecânico da concessionária autorizada recomenda substituir o fluido antes do recomendado?

"Realmente, 90% dos mecânicos que recebem treinamento trocam na metade do intervalo recomendado", admite Alexandre Hernandes, Instrutor Técnico da Yamaha Motor. Responsável por capacitar os mecânicos das oficinas autorizadas, o instrutor afirma que isso acontece porque os mecânicos acreditam que dessa forma o motor dura mais. "Essa ideia vem da década de 1980, quando os óleos duravam menos. Agora a tecnologia dos óleos evoluiu muito e o fluido dura mais", explica.

Ao longo dos anos, assim como as motos, os óleos evoluíram. Tanto na viscosidade como nas especificações da API (American Petroleum Institute). "Antes os óleos atendiam normas mais antigas da API, agora o Yamalube, óleo recomendado pela Yamaha para suas motos, atende à norma SL, quer dizer uma especificação mais moderna, o que permite um maior intervalo na hora de trocar o óleo", ressalta Hernandes.

Nas motos de baixa cilindrada da marca, como por exemplo, a YBR 125 Factor, a fábrica recomenda a troca de óleo a cada 3.000 km -- exceto na primeira troca que deve ser feita aos 1.000 km junto com a revisão. Porém, uma rápida visita aos fóruns na internet ou uma conversa com motociclistas mostra que a maioria faz a substituição a cada 1.000 km, inclusive com recomendação da concessionária.

"Os concessionários recomendam isso porque sabem que a maioria dos clientes não verifica o nível do óleo entre as trocas. Então para evitar problemas recomendam que se troque o óleo na metade do tempo", justifica Hernandes. E aproveita para alertar os motociclistas: "mesmo que a troca seja recomendada a cada 3.000 km, o motociclista precisa verificar o nível de óleo periodicamente e, se necessário for, completar com o mesmo óleo utilizado". Se o motociclista utilizar um óleo diferente, o fluido pode perder suas características, alerta.

O engenheiro da Honda, Alfredo Guedes, faz coro e admite que a troca do óleo feita antes do recomendado pela montadora também acontece em concessionárias da marca. "O consumidor é resistente a mudanças. Antes, quando o óleo tinha especificação inferior, a troca devia ser feita aos 1.500 km. Desde a CG 150, passamos a recomendar o óleo Móbil Super Moto 4T, que tem viscosidade 20W50 e atende à norma API SF, portanto as trocas passaram para intervalos de 4.000 km, com exceção da primeira que deve ser feita obrigatoriamente aos 1.000 km ou após seis meses.", explica Guedes.

A validade do óleo também é outro fator a ser levado em conta. Após sair da embalagem, o óleo dura seis meses. Mesmo que a moto não rode a quilometragem indicada, depois desse período o óleo deve ser substituído. "Mas trocar o óleo toda semana ou a cada 1000 km, além de jogar dinheiro fora, vai gerar resíduos desnecessários para o meio ambiente", relembra o engenheiro que há 14 anos trabalha na Honda.

O ÓLEO CERTO PARA A MOTO
Alfredo Guedes também alerta para o uso do óleo correto, ou seja, aquele recomendado pela montadora. "O consumidor deve sempre usar o óleo recomendado pelo fabricante, pois já fizemos exaustivos testes em bancadas, ou rodando em condições severas. Muitos proprietários de motos maiores, como a CBR 600RR, por exemplo, querem usar óleo de base sintética, porque acham que é melhor. Não recomendamos", avisa o engenheiro.

Segundo ele, os óleos de base sintética podem formar uma película nos discos de embreagem e reduzir o atrito. Com isso a embreagem pode começar a patinar. "Alguns fabricantes de óleo sintéticos afirmam que isso não acontece mais, porém a Honda ainda não testou esses óleos e o motociclista não deve utilizá-lo em nossas motocicletas, exceto em alguns modelos de competição que têm embreagem a seco", reforça.

A maioria das motos de rua tem discos de embreagem banhados a óleo. Enquanto nos carros há um lubrificante específico para o motor e outro para a caixa de transmissão, na maioria das motos com motores quatro tempos à venda no Brasil o mesmo óleo lubrifica cilindros, pistões e também a caixa de marchas e a embreagem. "Por isso nunca se deve usar óleo de carro em motocicletas", conclui Hernandes, da Yamaha.

Para saber qual a hora certa de trocar o óleo de sua moto, a principal recomendação dos fabricantes é só uma: seguir à risca o manual. Tanto em relação ao óleo a ser utilizado quanto ao intervalo entre as trocas. Com isso, o motociclista tem a garantia de estar cuidando bem da lubrificação de sua moto.

fonte: Arthur Caldeira, do UOL Carros

OBS.: o óleo da foto no topo do tópico é meramente ilustativo. O Motoviagens na Net não recomenda nenhum tipo nem marca de óleo específico. Sempre respeite o que diz no manual do fabricante da sua motocicleta.

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